Sol posto. O sino ao longe dá Trindades
Nas ravinas do monte andam cantando
As cigarras dolentes...E saudades
Nos atalhos parecem dormitando...
É esta a hora em que a suave imagem
Do bem que já foi nosso nos tortura
O coração no peito, em que a paisagem
Nos faz chorar a dor e d`amargura...
É a hora também em que cantando
As andorinhas vão p`lo meio das ruas
Para os ninhos, contentes, chilreando...
Quem me dera também, amor, que fosse
Essa a hora de todas a mais doce
Em que eu unisse as minhas mãos ás tuas!...
(Florbela Espanca)
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