sexta-feira, 22 de julho de 2011
SONETO DO DESMANTELO AZUL.
Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembramos
que o excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.
(Carlos Pena Filho)
Carlos P. Filho, nasceu em Recife em 1929. Filho de pais portugueses,estudou Direito
no qual se formou, foi politico e acima de tudo poeta. Um dos poetas pernambucanos mais
importante da segunda metade do século XX.
Faleceu em 1960 aos 31 anos de idade. Sua morte foi prematura em decorrência de um
desastre de automóvel.
@Maria Angra.
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